domingo, 17 de junho de 2007

silenciosa manha de domingo

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Desperto devagar. Quando abro os olhos, vejo uma luz azulada entrando pelo vidro da varanda do quarto. “Deve ser cedo ainda”, pensei. Tudo estava silencioso e o sol ainda não aparecia na janela, fazendo com que todo o ambiente ficasse dominado pelo azul das cortinas, invocando uma sensação de profunda paz.Tento me mexer e percebo que meu braço está dormente. Sinto sua cabeça aninhada sobre meu ombro e seu braço sobre minha barriga. Devagar, me viro para o lado e vejo que ela ainda dorme profundamente. Fico alguns instantes a olhando, com um sorriso nos lábios. O rosto forte, as tranças do cabelo, o contorno da boca. O sol começa a bater devagar no vidro da varanda, iluminando-a e tingindo o ambiente de um misto maravilhoso de azul e amarelo...Me mexo cuidadosamente, buscando levantar, mas ela me abraça e me puxa pra perto, em posição de conchinha. Deixo-me ficar ali mais alguns instantes, sentindo sua respiração nas minhas costas. Tudo era silêncio. Tudo era perfeito. Tudo estava onde deveria estar. Enfim levanto e, ainda de calcinha, vou abrir as portas da varanda para deixar entrar um pouco mais daquela luz, mas sem acordá-la. Me distraio um pouco, brincando com o gato que já naquela hora estava agitado. Quando me viro, a vejo olhando para mim.Ficamos alguns segundos nos fitando. Ela estava simplesmente maravilhosa, deitada de bruços, nua, com a luz batendo em seu rosto, fazendo seus olhos me hipnotizarem. Ela sorri, de um jeito meio cafageste que só ela sabe fazer e, com um gesto de mãos, me chama de volta pra cama. Muito lentamente, me deito sobre ela. E então, calma e silenciosamente, começamos nossa manhã de domingo.“Silenciosamente, te falo com paixão” – Lulu Santos

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